quinta-feira, 9 de julho de 2015

Espelhar smartphone no carro levanta questões sobre segurança

                                                                        (Foto: Robert Galbraith/Reuters)

Da Reuters

Quando se trata de centrais multimídia de carros que se parecem mais com smartphones, duas coisas são claras: consumidores desejam isso, e as montadoras tem intenção de fornecer. Mas eles são realmente uma boa ideia?

As montadoras respondem com um enfático sim. Elas dizem que displays em painéis que se comportam mais como smartphones vão impulsionar a receita e atrair compradores.
Elas também insistem que as novas telas tornarão o ato de dirigir menos perigoso, devido aos controles de voz bem integrados e grandes telas sensíveis ao toque que evitarão que motoristas mexam em celulares.

Porém, as telas cada vez mais elaboradas também deram início a um amplo debate sobre quanta tecnologia é adequada em um carro.

"Acredito que elas (as telas) levantam graves questões sobre segurança", disse Joe Simitian, o ex-parlamentar californiano que capitaneou as leis do Estado norte-americano sobre o uso de telefone ao dirigir. "De um ponto de vista legislativo, isso será algo com que os legisladores vão enfrentar dificuldades por muitos anos."

"Você não pode olhar para uma tela e para a estrada ao mesmo tempo", afirmou David Strayer, professor de ciências cognitivas da Universidade de Utah, que promoveu diversos estudos sobre direção distráida. As telas "estão tornando possíveis atividades que tiram os olhos do motoristas da rua por mais tempo do que é seguro".

Suas pesquisas mostram que ler uma mensagem de texto média - uma função suportada por muitas centrais multimídia - leva 4 segundos, muito mais do que especialistas consideram seguro.

Mas para as fabricantes e para os consumidores, as telas parecem irresistíveis. "Se você não der algo funcional, as pessoas vão simplesmente usar os telefones no carro, e todos sabemos que este é o maior fator de distração que existe", afirmou Mark Dahncke, porta-voz da Audi.

De acordo com um estudo recente da consultoria D.D Power, cerca de 15% dos compradores estão descartando carros que não têm centrais multimídia com estas funções, contra apenas 4% um ano antes. As montadoras esperam que a tecnologia se torne cada vez mais importante nos próximos 3 a 5 anos.

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